Não ligar os equipamentos para não danificar o sistema elétrico é uma das principais recomendações
Nas regiões do Rio Grande do Sul em que a água abaixou, os produtores e pecuaristas têm tentado limpar estruturas e calcular os prejuízos. Entre tantos problemas, o alagamento de máquinas agrícolas pode ser um dos menores, mas se a limpeza não for feita corretamente, pode impedir o funcionamento dos equipamentos.
Assim, reunimos recomendações de engenheiros mecânicos e fabricantes para indicar o que é melhor fazer. Veja a seguir: Localização
Parece óbvio, mas na sanha de salvar equipamentos, o produtor tem que ter cautela para avaliar se a máquina não está em áreas afetadas por deslizamentos ou sob estruturas danificadas que podem cair. Então, esse é o primeiro passo, avaliar se é possível mexer sem risco para a vida.
Não ligar
Um erro comum é tentar ligar a máquina, causando danos ao motor, que pode estar comprometido com água ou lama; ou na parte elétrica, como superaquecimento de chicotes ou curtos-circuitos. O primeiro passo ao supervisionar máquinas atingidas por inundações é interromper a corrente elétrica.
“É importante desligar a bateria e a chave geral para evitar risco de curto-circuito ou acidente. Em seguida, é necessário realizar uma limpeza para remover lama e lodo acumulados na máquina, permitindo avaliar os danos e planejar a manutenção”, esclarece manual da AGCO, grupo que fabrica equipamentos Massey Fergusson, Valtra e Fendt, entre outros.
Motor
O engenheiro mecânico e influenciador Rafael Nascimento afirma que, se a água ultrapassou o motor, é preciso trocar o óleo, filtro, cabeçote e carter e fazer a limpeza interna das estruturas. A AGCO diz ainda que, se houver a presença de lama é recomendável buscar auxílio do concessionário para uma avaliação e manutenção mais minuciosa.
“Não identificando a presença de lama, a substituição dos fluidos deve ser realizada, com também a lubrificação de todos os pontos graxeiros para eliminar possíveis contaminações ou presença de impureza nos componentes. Para garantir a segurança e evitar danos ao meio ambiente, os fluidos drenados devem ser coletados e descartados em recipientes adequados.” Diesel
“Troque os filtros, esgote o tanque de combustível, faça limpeza do sistema e somente depois ponha o diesel novamente”, explica Nascimento, que divulgou um vídeo aos produtores com a recomendação.
Hidráulica
Da mesma forma, o engenheiro indica que é preciso trocar o óleo hidráulico e os filtros. Depois disso, colocar um óleo novo e depois, mais uma vez, fazer a troca de óleo para evitar contaminação.
“Sistemas que tem respiro, como eixo dianteiro, caixa de engrenagem, caixa de transmissão, tem que tirar todo o óleo e colocar novo”, continua o influenciador. Elétrica
A parte elétrica é a mais sensível e, por isso, é preciso esperar secar completamente a máquina antes de mexer nos sistemas. Também é necessário verificar fusível e controladores.
“Todos os chicotes, conectores e módulos eletrônicos devem ser limpos com álcool isopropílico e produtos destinados à limpeza de contatos elétricos para remover resíduos e oxidações”, recomenda a AGCO.
Após realizar todas as verificações e limpezas iniciais, é o momento de ligar a máquina. Se houver problemas, como resistência ou aquecimento, é recomendado acionar o concessionário. Na concessionária, será possível desmontar o equipamento e realizar uma inspeção criteriosa.
A John Deere também recomenda que seus clientes falem com os concessionários e que consultem os manuais digitais e vídeos orientativos da empresa para retomar as operações das máquinas.