Por que a multinacional aposta na tecnologia 5G para sua linha de produção e que ensinamentos isso deixa para a cadeia sua linha de produção
A multinacional de máquinas agrícolas John Deere possui duas instalações no coração do meio-oeste americano. As raízes da empresa remontam a 1837, quando o seu fundador, um ferreiro, desenvolveu o primeiro arado de aço autolimpante, que revolucionou a agricultura da época. Avançando quase 190 anos, a John Deere continua a inovar em muitas frentes.
Visitar o Tractor & Engine Museum da empresa e sua fábrica conectada 5G – ambas em Waterloo, Iowa – são experiências reveladoras. A empresa está utilizando, no estado da arte, a conectividade celular para permitir a automação e a autonomia de seus icônicos veículos verdes e amarelos, bem como o 5G para desbloquear eficiências nas fábricas que os produzem. Em 2023, a receita do ano fiscal da Deere foi de US$ 61,2 bilhões (R$ 304,7 bilhões na cotação atual), aumento de 16% ante o ano anterior.
Fabricação moderna, alimentada por 5G
O público leigo pode não associar de imediato o uso de a tecnologia de ponta a uma marca agrária como a John Deere, mas isso é um erro. A empresa abriu instalações de pesquisa e laboratórios em Iowa, bem como pontos de acesso tecnológico, incluindo Austin e São Francisco. Além disso, as aquisições da Deere, como a Blue River Technology, estão reunindo inteligências e tecnologias como visão computacional, aprendizagem automática, IA (inteligência artificial) e infraestrutura nativa da nuvem para revolucionar as operações agrícolas.
Os investimentos da Deere têm sido significativos em pesquisa e desenvolvimento, da ordem de bilhões de dólares anuais para tornar a agricultura mais inteligente. O mesmo pode ser dito sobre o reconhecimento precoce da Deere sobre o poder das comunicações 5G privadas. Em 2020, a empresa iniciou a sua jornada de implantação do 5G por meio da aquisição de licenças de espectro dedicadas, através do Citizens Broadband Radio Service, gerido pela OnGo Alliance.
Não querendo depender de terceiros para o projeto, implantação e operação de sua rede celular, a Deere optou por formar uma equipe interna de engenheiros de rede para trabalhar com a Nokia. A equipe fez seu trabalho inicial em tempo recorde, precisando de apenas seis semanas para montar uma rede de produção. Tanto a decisão de contratar uma equipe interna, quanto a execução incrivelmente rápida que se seguiu, mostrou o acerto da decisão e da confiança da empresa em suas habilidades técnicas para acelerar a integração vertical de seus processos de fabricação.